“A
ficha caiu”. Foi assim que militares que estiveram com Jair Bolsonaro (PL) na
segunda-feira (5) num almoço traduziram ao blog o choro do presidente durante
cerimônia de promoção de oficiais.
Mas
não é a ficha da derrota nas urnas, avaliam. O presidente já assimilou a
vitória de Lula (PT).
O que Bolsonaro ainda gostaria é de contar com um roteiro usando, por exemplo, a imagem de Forças Armadas como sócia em qualquer projeto de tumulto democrático: de contestação do resultado das eleições a bloqueios na posse do presidente eleito de Lula.
Mas, na segunda-feira, ficou claro que, se bolsonaristas o quiserem, será um projeto solo.
Durante o evento com os militares, Bolsonaro não viu nenhuma sinalização de que teria respaldo da caserna para a aventura golpista. Isolado, entrou mudo e saiu praticamente calado.
“Bolsonaro
está diferente dele mesmo. Não interagiu, não brincou. Não me lembro nos
últimos quatro anos de vê-lo introspectivo assim", comentou um militar que
esteve no evento.
Mesmo
militares aliados avaliam que o presidente está isolado, cercado apenas pelo
seu núcleo original, formado de integrantes do que ficou conhecido por gabinete
do ódio.
“Bolsonaro não tem assessor, tem claque, tem plateia. Essa plateia fala o que ele quer ouvir, não fala a verdade. Então, ele se isola", diz esse militar.
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